O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), volta a ser alvo de polêmicas. Após revelações do portal Metrópoles sobre suspeitas de um esquema de rachadinha em seu gabinete, o parlamentar enfrenta uma pressão crescente no Congresso e fora dele. A Procuradoria-Geral da República já recebeu pedidos de investigação, e o Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União também solicitou apuração do caso.
Hugo Motta estaria tentando negociar o arquivamento das investigações para evitar o avanço do escândalo. A estratégia incluiria ceder em pautas de interesse da esquerda, como a aprovação de projetos que tratam de regulação da internet, interpretados por críticos como medidas de censura digital, e também o engavetamento da proposta de anistia a investigados no 8 de janeiro.
Pressão de todos os lados
Motta estaria sendo chantageado politicamente, numa equação de “salvar a própria pele” em troca de avançar agendas do governo Lula. Se isso for confirmado, estaremos diante de um grave caso de desvio de função: um presidente da Câmara usando sua posição não para defender a democracia, mas para blindar a si mesmo e seus aliados.
A rachadinha, que consiste em obrigar servidores a devolver parte dos salários para o parlamentar ou assessores, é tipificada como crime de peculato e improbidade administrativa. Casos semelhantes já derrubaram políticos de peso em diferentes estados do país. Se confirmadas as denúncias, Hugo Motta poderá enfrentar não apenas perda de mandato, mas também responsabilização criminal e eleitoral.
Cresce a percepção de que o silêncio de Motta não é apenas cautela, mas parte de uma barganha política mais ampla.
O futuro político de Hugo Motta pode ser decidido não apenas nos tribunais, mas também na arena parlamentar. Resta saber se prevalecerá o interesse público ou os acordos de bastidores.
Por Marcos Soares
Jornalista – Analista Político instagram.com/@marcossoaresrj | instagram.com/@falageralnoticias
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